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Ancestrais 12 - Angelo Scotti

  • Foto do escritor: Thiago Gonçalves de Lins
    Thiago Gonçalves de Lins
  • 7 de set. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de dez. de 2022

Merica, Merica, Merica, cossa saràlo 'sta Merica?


Nesse décimo segundo capítulo - Ancestrais 12 - irei escrever sobre o meu trisnonno Angelo Scotti que imigrou para o Brasil no ano de 1892.


Bandeiras Itália-Brasil / Foto: Getty Images/iStockPhoto


O primeiro ancestral que pisou em terras brasileiras foi Angelo Scotti. Ele nasceu no ano de 1840 no distrito de Sforzatica na comuna de Dalmine na Província de Bérgamo, região da Lombardia, Itália - nessa época a região fazia parte do Reino Lombardo-Vêneto sob controle do Império Austríaco.


Assim como seu pai Paolo, Angelo era contadino - agricultor. Em fins de 1864 ou início de 1865, casou com Angela Panseri, celebração realizada na Chiesa di Santa Maria d'Oleno. Aqui cabe destacar que estou em dúvida a respeito do sobrenome. A maior parte das certidões citam Panseri, enquanto outras, Panzeri e até Pansera. Estou tentando localizar a certidão de casamento! Angelo e Angela tiveram quatorze filhos, entre eles meu bisnonno Giuseppe Michele Scotti.


Entre os anos de 1848 e 1871, a velha bota passou pelo intenso processo de Unificação. A região da Lombardia foi anexada ao Reino da Itália somente no ano de 1859. O desgastante processo resultou no atraso do desenvolvimento industrial, gerando grande miséria, atingindo principalmente a população rural.


Região central de Sforzatica-Dalmine, Bérgamo, Lombardia, Itália / Foto: Google


Dalmine contava com aproximadamente 2.500 habitantes na década de 1880. A economia era praticamente toda rural. As condições eram difíceis! Certamente Angelo viu na imigração uma forma de buscar e proporcionar uma vida melhor para a família.


A família Scotti embarcou no vapor francês Bretagne no porto de Gênova no dia 1º de janeiro de 1892. O ano novo marcou também uma nova vida para eles. Trinta e quatro dias depois, Angelo (com 51 anos de idade), Angela (45), Giovanni Andrea (17), Maria Giovanna (15), Giuseppe Michele (13), Maria Luigia (6) e Maria Margherita (4) desembarcaram no Rio de Janeiro.


Mapa demonstrando a viagem da Itália para o Brasil


Lista de passageiros do vapor Bretagne destacando a família Scotti


Percebeu que apenas cinco filhos imigraram para o Brasil? Essa é uma parte bem triste e que retrata como a vida de Angelo e Angela não foi das mais fáceis: doenças muitas vezes apareceram na residência, levando a morte sete filhos ainda bebês.


Após a chegada no Brasil, Angelo e a família foram encaminhados para Santa Catarina no Núcleo Nova Treviso na Colônia de Nova Veneza. Foram mais alguns dias de barco até o porto de Laguna, seguindo dali em um barco ainda menor pelo Rio Tubarão. Depois, mais alguns quilômetros em carros de boi e a pé até Treviso, o destino final.


O lote da família Scotti certamente era algum na parte azul claro do mapa. Entrei em contato com o responsável em Nova Veneza para tentar encontrar a lista com os nomes e fui informado que o livro está em processo de restauração e digitalização. Assim que for disponibilizado farei um post sobre


O governo brasileiro estabeleceu contrato com os imigrantes. O valor do lote era cerca de 500$000 (quinhentos mil réis), acrescido de 15$000 (quinze mil réis) destinados para a compra de ferramentas.


Instalado em Nova Treviso, Angelo, assim como na Itália, continuou se dedicando à agricultura, uma vez que teria que pagar o valor do lote.


Sobre seu óbito, ainda não encontrei. Tudo indica que faleceu em Treviso após 1903 - minha trisavó Angela é citada como falecida na certidão de casamento da filha Maria Luigia em novembro de 1903.


Sigo na busca pelos registros!





 
 
 

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