top of page

Ancestrais 39 - Centenário da família Gonçalves Lins em Bom Retiro

  • Foto do escritor: Thiago Gonçalves de Lins
    Thiago Gonçalves de Lins
  • 25 de nov. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 29 de nov. de 2024

A chegada de Celestino Gonçalves de Lins e Rosa Maria Francisca Lopes em Bom Retiro


Nesse trigésimo nono capítulo - Ancestrais 39 - comemoramos o Centenário da chegada da Família Gonçalves Lins em Bom Retiro: 1924-2024.



Havia entrado o outono de 1924. As árvores começavam a perder suas folhas verdes, que ganhavam tons alaranjados. Os campos e as florestas de Araucárias eram um espetáculo. As manhãs eram frescas, com uma brisa suave que fazia as folhas caídas dançarem no ar.


Ao avistarem os Campos de Bom Retiro, Celestino e Rosa Maria estavam concluindo a viagem do Quebra-Dentes até a Guarda-Velha, deixando os ventosos Campos da Boa Vista para trás. Mudanças de residência na vida da família Gonçalves Lins eram rotineiras, mas essa em particular, era especial. A terra era boa para o cultivo, o novo cargo, excelente, o que aumentava a esperança de uma vida próspera e longa.


A experiência de migração cobrava seu preço. Celestino nunca esquecera o quão triste e doloroso foi receber uma carta informando a morte do seu pai. A notícia chegara tarde demais, como um eco distante. Não pôde prestar sua última homenagem ao homem que lhe ensinou a ser "honesto e saber se portar".


Até hoje não se sabe ao certo de onde vieram os Gonçalves Lins. Nos arquivos mais antigos da cidade da Lapa, o da Igreja Matriz Santo Antônio, existem registros de batismos que comprovam a presença dos Gonçalves Lins no Paraná desde o final do século XVIII. E dados do recenseamento do Império Português informam que eles faziam parte da 1ª classe de moradores da Vila Nova do Príncipe. Viviam da lavoura e do comércio de tropas de gado vacum e gado muar.


Abaixo consta a relação da família de Francisca Luiza de Paula na Lapa em 1807. Izidoro tinha 7 anos e o irmão mais velho, Joaquim, 13. O comércio de tropas na família iniciou por volta de 1810 com Joaquim e seguiu nos anos posteriores com Izidoro.



O primeiro registro em Santa Catarina encontra-se nos arquivos da Catedral Diocesana de Lages - Igreja Matriz Nossa Senhora dos Prazeres, no Livro de Casamentos 2, página 172: "Aos vinte dias do mez de Novembro de mil oitocentos e trinta annos, (...) receberão em matrimonio Izidoro Gonçalves Lins e Felicidade Maria do Espirito Santo". A união matrimonial deu início a trajetória da família Gonçalves Lins em solo catarinense.


Celestino havia nascido na Freguesia de Nossa Senhora do Patrocínio dos Baguais em 20 de junho de 1890. Era filho de Aureliano Gonçalves Lins e Maria das Dores Diogo e neto de José Gonçalves Lins e Maria Maciel Barboza - portanto, bisneto dos pioneiros Izidoro Gonçalves Lins e Felicidade Maria do Espirito Santo. Rosa Maria, filha de Francisco Lopes da Silva Júnior e Maria José Francisca da Conceição havia nascido em 8 de setembro de 1886 em Taquaras (Rancho Queimado). Seus ancestrais açorianos haviam chegado ao Brasil por volta de 1740.


Casaram em fins de 1916 e juntos, enfrentaram a perda de uma filha recém-nascida, as dificuldades financeiras, a saudade dos parentes que viviam longe. Mas o amor deles era forte, superando cada obstáculo e sua força se tornou exemplo para seus filhos, netos e bisnetos.


Na Guarda-Velha, uma simples casa era o lar da família Gonçalves Lins. Celestino era um homem de meia idade, forte, com os olhos afiados em um tom castanho suave. Rosa Maria, com o seu olhar doce e sincero, passava o dia dividida entre as tarefas domésticas e o cuidado com a pequena plantação ao lado da casa.


Mapa destacando a região da Guarda-Velha em Bom Retiro e o local da residência de Celestino e Rosa Maria

Os dias pareciam todos iguais na Guarda-Velha. Celestino acordava cedo, antes mesmo do sol aparecer. Volta e meia passava semanas longe de casa. Havia sido promovido ao cargo de feitor de obras e comandava uma turma de homens na abertura e manutenção da Estrada de Rodagem. O trabalho era duro! Transportar toneladas de materiais por dois ou até três quilômetros exigia muito do corpo. Inúmeras marretadas para quebrar grandes pedras e forrar trechos da estrada com atoleiros exigiam atenção máxima. A única pausa era para o almoço. Sorte que o calor não castigava, mesmo no verão. Já o inverno cobria por vezes os campos de neve.


Celestino, com suas mãos calejadas pelo trabalho duro, encontrou em Bom Retiro a oportunidade de ver os filhos crescerem. Com sua sabedoria e gentileza, Rosa Maria tornou-se uma figura querida na Guarda-Velha e no Costão do Frade.


Ao longo dos anos, as gerações seguintes floresceram, cada uma adicionando sua própria história à trajetória iniciada em 1924. Eles cultivaram a terra, abriram negócios, ensinaram nas escolas e participaram ativamente da política.


Agora, em 2024, ao celebrarmos o centenário dessa jornada, olhamos para trás com gratidão e refletimos sobre o legado deixado por eles. A história de Celestino e Rosa Maria foi construída com coragem, amor, fé e perseverança. As gerações futuras continuarão a honrar suas memórias. Eles serão lembrados para sempre!



Filhos de Celestino Gonçalves de Lins e Rosa Maria Francisca Lopes:


 
 
 

2 Comments


zaiderocha9
Jan 26

História linda dos Lins. Minha mãe Lealdina Rosa de Lins teve 11 filhos vivos e dois nacera morto. Casou-se com meu pai Pedro Peres da Silva. E foi professora Normalista

Like

pradalvarossi
Jan 26

Excelente, História de nossos ancestrais, Celestino Gonçalves de Lins,meu Avô,Com Quem convive , pouco tempo, devido,seu falecimento, prematuro,Um homem Fantástico,Nasci em 1945 e ele faleceu,em 1951,eu iria em novembro,completar 06 anos,mais lembro muito bem,e foi um avô,um esposo,um pai maravilhoso.Minha avó da mesma,forma uma mulher virtuosa, querida,de um amor incrível.,Minha mãe amava esses pais,e honrava,com alegria,a falecida dona Lealdina Rosa de Lins

Like

© 2022 por Thiago Gonçalves de Lins

Criado com Wix

  • Instagram
  • Facebook ícone social
bottom of page